A Prefeitura de Picuí, por meio das equipes de saúde da família e da Coordenação de Vigilância Epidemiológica, concluiu no final de 2024 um trabalho de levantamento e combate à hanseníase no município. Durante todo o ano, agentes comunitários de saúde realizaram entrevistas domiciliares, aplicando um questionário com 10 perguntas, que identificou casos suspeitos da doença entre a população.

Segundo Airy Lima, Coordenadora de Vigilância Epidemiológica, a iniciativa foi parte das ações da Semana Nacional de Combate à Hanseníase. "Esse trabalho começou com uma capacitação feita pela equipe técnica do Estado no final de 2023, envolvendo agentes comunitários de saúde (ACS) e outros profissionais. Durante o ano de 2024, realizamos visitas domiciliares, reuniões com médicos e enfermeiros, além de palestras e mobilizações em locais estratégicos", explicou.

O resultado desse trabalho revelou 403 casos suspeitos de hanseníase em Picuí. Destes, 231 pacientes já foram atendidos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), resultando na confirmação de seis casos positivos. "Ainda temos mais de 100 pacientes em atendimento para conclusão do diagnóstico", destacou Airy.

Outras condições diagnosticadas

Durante o levantamento, além da hanseníase, foram diagnosticadas outras condições de saúde relevantes, como câncer de pele, lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide. "Esses diagnósticos mostram a importância de um trabalho amplo de saúde pública, que vai além da identificação de uma única doença, abrangendo diferentes necessidades da população", afirmou a coordenadora.

O que é a hanseníase?

Airy também aproveitou para esclarecer dúvidas sobre a hanseníase, uma doença infecciosa crônica causada por um bacilo. "A hanseníase começa com manchas na pele, que podem ser brancas, avermelhadas ou marrons. Essas manchas têm alterações de sensibilidade, como a ausência de dor ou suor no local. Se não tratada, pode evoluir para placas e caroços, afetando nervos e causando perda de mobilidade nas mãos e nos pés", explicou.

O diagnóstico pode ser feito na atenção básica, sem necessidade de exames complexos. "O médico do Programa de Saúde da Família utiliza testes simples, como a aplicação de algodão quente e frio, para avaliar a sensibilidade do paciente", completou Airy.

Tratamento gratuito e orientação

O tratamento para hanseníase é ofertado gratuitamente pelo Ministério da Saúde e está disponível em todas as UBS de Picuí. "Todo paciente com suspeita deve procurar a unidade mais próxima para avaliação e, caso confirmado o diagnóstico, o tratamento é iniciado de imediato", afirmou a coordenadora.

A Prefeitura de Picuí reafirma o compromisso com a saúde pública e parabeniza todos os profissionais envolvidos nessa importante ação. Para mais informações, a população pode entrar em contato com a Secretaria Municipal de Saúde.