Notícia

Prefeitura de Picuí Apoia Campanha Pelo Fim da Violência Contra a Mulher, em Período de Isolamento Social

por Kamylla Salusto Publicado em 30/04/2020 às 10:48

A Prefeitura de Picuí - Governo da participação, através da Secretaria de Assistência Social e Coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres do município, apoia a campanha pelo Fim da Violência Contra Mulher, em período de isolamento social, realizada pelo Conselho Municipal dos Direitos da Mulher.


Estima-se que uma em cada três mulheres no mundo já sofreu algum tipo de violência física e/ou sexual, porém "é provável que esta crise piore como resultado da pandemia" do novo coronavírus - COVID-19, aponta o relatório "A sombra da pandemia: violência contra mulheres e meninas e Covid-19". O documento foi divulgado em abril pela ONU Mulheres.

 

Desde os primeiros dias de isolamento, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) apurou uma considerável queda nos registros de Boletins de Ocorrência em crimes como o de lesões corporais, que exigem a presença das vítimas. Na comparação dos dados de março deste ano, com o março de 2019, as denúncias oficiais caíram 49,1% no Pará, 29,1% no Ceará, 28,6% no Acre, 8,9% em São Paulo e 9,4% no Rio Grande do Sul. 

 

O estudo do FBSP mostrou ainda uma redução nos registros de violência sexual na maioria dos estados que enviaram seus dados, incluindo ainda Mato Grosso, onde a queda foi de 25,6%. Apenas no Rio Grande do Norte, que decretou isolamento social amplo posteriormente às outras unidades federativas, em 1º de abril, este tipo de crime apresentou crescimento. A organização ainda observou que entre o final de março e os primeiros dias de abril, também caíram o número de Medidas Protetivas de Urgência concedidas. No Acre, por exemplo, a redução chegou a 67,7%. 

 

Por outro lado, houve crescimento nos casos de feminicídio, ressalta o levantamento. Só em São Paulo, foram 10 casos em março deste ano contra 2 em 2019. A mesma tendência de aumento é apontada nos registros do 190 – a linha de denúncia da Polícia Militar que pode ser acionada não só pelas vítimas, mas por vizinhos. 

 

O Fórum revelou inclusive, com base em um estudo digital para entender os impactos da quarentena na vida das mulheres em situação de violência, que os relatos de brigas de casal com indícios de agressão doméstica cresceram 431% no Twitter entre fevereiro e abril deste ano.

 

O contraste entre os dados administrativos oficiais com o registro de assassinato de mulheres e a pesquisa digital reforçam, na análise da diretora-executiva do FBSP, Samira Bueno, não apenas uma franca ascensão da violência de gênero, mas também a dificuldade que as vítimas têm tido para acessar os equipamentos públicos presencialmente.

 

Com a tendência de queda nas denúncias, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, divulgou, no início de abril, que o canais Ligue 180 e Disque 100 seriam reforçados por meio do aplicativo Direitos Humanos BR, para que as mulheres possam fazer o registro da denúncia de forma online, sem recorrer à ligação. É importante ressaltar que as Delegacias da Mulher continuam funcionando normalmente no período de quarentena. Os casos de violência e assédio podem ser denunciados ao 190, que faz atendimentos diários e ininterruptos.