O município
de Picuí recebeu, na primeira quinzena de maio, o projeto “Arte com Arqueologia
- difundindo o patrimônio arqueológico e os saberes tradicionais de Picuí e
região” (desenvolvido pelo Programa Integrado de Educação Patrimonial,
relacionado aos estudos arqueológicos preventivos nas áreas do Parque Eólico e
da Linha de Transmissão Serra da Palmeira), oficinas realizadas em parceria com
a Secretaria de Assistência Social, Departamento de Turismo e Meio Ambiente, Coordenadoria Municipal da Mulher e da Diversidade
Humana, e integrantes do grupo “Mochileiros da Caatinga”.
As oficinas foram conduzidas por Ana Cristina C. Anjos, Marcos Rogério R. Carvalho e André Chagas, educadores patrimoniais dos Programas de Gestão do Patrimônio Arqueológico do Complexo Eólico e Linha de Transmissão da Serra da Palmeira, em desenvolvimento pela CTG e executadas pela A Lasca Arqueologia. O projeto reuniu, em suas oficinas, todas as gerações de picuienses, contando com as mulheres
artesãs da FEMEA (Feira das Mulheres Empreendedoras Arretadas de Picuí), com as
crianças e adolescentes dos projetos “Transforme uma Vida”, “Sementes do Seridó”
e “Jovens do Futuro” (promovidos pelo Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos da pasta de
Assistência Social de Picuí – PB), e com os idosos do “Projeto Vida Ativa”
(Grupo da 3° Idade de Picuí e Santa Luzia do Seridó).
As oficinas
sobre arqueologia e geração de renda possibilitaram aos participantes, o
conhecimento sobre os novos sítios arqueológicos históricos e pré-coloniais
encontrados pela pesquisa em curso e em processo de registro pelo IPHAN –
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, para a valorização e
reconhecimento, além de trabalharem com
as pinturas e gravuras rupestres, que compõem o significativo patrimônio cultural
arqueológico do município de Picuí, em cerâmicas produzidas por Dona Maria,
ceramista da Comunidade Quilombola da Serra do Abreu, outro importante saber e bem cultural da região.
Nas
atividades com os estudantes, eles também experienciaram as etapas da pesquisa
arqueológica. Participaram de rodas de conversa sobre patrimônio cultural e o
atual conhecimento arqueológico, de exercícios de leitura de réplicas de
objetos arqueológicos e de reproduções fotográficas, que exibiram imagens
referenciais de artefatos arqueológicos históricos e pré-históricos, da
megafauna e cenas e cenários relacionados a povos caçadores-coletores e
horticultores-ceramistas, de uma
escavação arqueológica simulada, com o objetivo de vivenciar o cotidiano da
pesquisa de campo e de laboratório da Arqueologia, e de oficinas de confecção
de simulacros de líticos e cerâmicas, relacionando os vestígios que têm sido
estudados nos sítios arqueológicos evidenciados com aspectos da vida e
cotidiano dos povos que podem ter dado origem.
Fabiana Agra,
diretora municipal de Turismo e Meio Ambiente, comentou acerca das oficinas: “logo
que a equipe da A-Lasca me apresentou o projeto fiquei encantada, e falei da
minha preocupação em agregar o nosso patrimônio arqueológico aos saberes do artesanato
que já é produzido em Picuí, isto é, de colocar em nossas peças artesanais, , a
representação das nossas pinturas rupestres. Também falei do saber de dona
Maria, quilombola da Serra do Abreu, que faz um tipo de produto único no mundo.
Os arqueólogos toparam o desafio e eis o resultado, dezenas de picuienses tendo
contato com tanta riqueza arqueológica e artesanal – e o melhor de tudo,
fazendo na prática! Espero que venham mais iniciativas como essa, sei que
muitos dos participantes das oficinas passarão a fazer esse tipo de arte”,
pontuou Agra.